terça-feira, 9 de março de 2010

Transtorno obsessivo compulsivo-TOC

O Toc é a chamado transtorno das manias, são aqueles quadros onde as pessoas tem manias:

-Mania de limpeza é a mais característica, mas ela pode se expressar de muitas outras maneiras. -Mania de ordem (a pessoa precisa arrumar as coisas e bota-las em ordem), manias de colecionador, superstição (pessoas que precisam bater 3xs na madeira, que só saem com seus amuletos, tem medo do azar e fogem de gato preto), mania de contar as coisas, fazer contas com as chapas de carro, mania de trancar e reverificar se trancou as portas e praticamente todas as outras manias, hábitos(não vícios) que você possa imaginar. A mania fica caracterizada como doença, como transtorno, quando a pessoa tem a necessidade de repetir os seus atos de forma compulsiva (ou seja a pessoa não consegue se controlar, não depende de sua vontade, ela faz sem querer ou sem perceber ou ainda não consegue impedir o ato pela sua vontade, dai o nome compulsiva, obrigatória), repetidamente.Alias toda as formas de repetição compulsiva, podem ser caracterizadas como "manias".



As pessoas que tem estes sintomas costumam ter uma personalidade muito própria. São pessoas extremamente escrupulosas (tem uma preocupação na mente de não provocar problemas), costumam ser formais e distantes no relacionamento, frios afetivamente podem ou não ser pessoas arrogantes. Costumam ser autoritários quando ocupam postos de liderança e temerosos e tímidos quando não estão nesta posição. Intimamente são medrosos embora não admitam, fazendo um tipo de fortes. Não costumam ser sociáveis, tendo poucos amigos ( depende do grau da neurose).

Tem um comportamento normalmente calmo ou retraído, mas as vezes tem explosões que podem ser surpreendentes e até assustadoras (pela agressividade e violência).São pessoas metódicas, as vezes exageradamente perfeccionistas, sendo que alguns são muito insistentes embora a maioria desista com facilidade. Costumam ser indecisos. Controladores, tem o sentimento profundo que se não cuidarem de forma adequada das pessoas e situações a sua volta, algo de ruim devera acontecer, e vivem a ilusão que estão controlando estas situações (pelo menos quando estão equilibradas, pois a sensação de descontrole os deixa profundamente ansiosos e até emocionalmente desequilibrados).

Tem um forte sentimento de culpa interior (embora possam não ter consciência disto e nem culpa nenhuma) e na hora das punições e mesmo das autopunições sejam exageradamente cruéis (inclusive consigo mesmos). Um caso curioso que tive no consultório ha muitos anos atrás foi de um homem, na faixa dos 40 anos que se queixava de Síndrome do Pânico. Na sua 4a. ou 5a. consulta ele se levanta de sua cadeira, tira uma chave de fenda do bolso e diz: "Desculpe Dr., mas não consigo ver este parafuso do interruptor inclinado, eu preciso endireita-lo e depois da consulta quero esconder toda esta bagunça de fios de seus aparelhos eletrônicos. O sr. deixa as coisas em bagunça e isto me incomoda, muito".

Evidentemente que em determinados momentos todos nós passamos por quadro emocional semelhante ou temos alguns destes sintomas ou traços deste tipo de personalidade. Por que acontece, da onde vem este quadro é um dos grandes mistérios da psiquiatria e existem múltiplas explicações. Uma das mais interessantes é a de Freud, que diz que estas pessoas tem sentimentos negativos, pensamentos negativos, uma espécie de tara (e normalmente relacionado a sexo e perversão), se sentem culpados e sujos por estes sentimentos e dai a necessidade de limpar e organizar tudo como forma de diminuírem o risco do castigo que se sentem merecedores e para tentar compensar o sentimento de sujeira interior.Para mim esta é uma explicação que faz muito sentido, mas ai é que eu queria acrescentar a minha visão.. Como vimos nas neuroses a ansiedade é fator fundamental de sua formação. A ansiedade ocorre por um quadro de superestimulação da mente que esta reagindo aos estímulos (movimentos) externos. Por isto nestes momentos a mente precisa da sensação do parado, do protegido para se acalmar e se sentir segura e tranqüila. Quanto mais movimento a mente absorve, quanto mais ela se sente insegura e desprotegida, maior a sua excitação no sentido de encontrar uma proteção para esta sensação de instabilidade. Dai a necessidade da pessoa realizar a sua compulsão, arrumar as coisas, ou de usar amuletos, pois elas trazem a sensação de calma e segurança para a mente. Mas vejam que circulo vicioso infernal, de repente algo acontece que tira esta organização, esta sensação de controle e domínio que a pessoa tem. Isto a deixa assustada e com medo pois se sente exposta. Passa a sentir um sentimento agressivo enorme dentro de si que é a expressão de seu desejo que "as coisas" não tivessem saído do lugar. Mais do que isto volta a sua agressividade interior para o agente que alterou "as coisas" da ordem que lha alimentava a segurança. Ao sentir esta agressividade interna, passa a se sentir culpado deste sentimento e de forma inconsciente volta a agressividade contra si mesmo de forma real ou imaginária. Ai aparecem os pensamentos negativos que são chamados de obsessões e a sensação de que algo de ruim vai acontecer. Precisam se proteger, desejam a ordem e brigam ainda mais por ela, aumentando a sua agressividade, sua culpa, os pensamentos negativos, o medo, a compulsão, a briga, a agressividade... e assim vai .

Para resumir a conversa, quanto maior o sentimento de insegurança, maior a intolerância (irritação, impaciência) para com o movimento, quanto maior a intolerância, maior a agressidade, a culpa e consequentemente a ansiedade, que aumenta a insegurança, que vai gerar a compulsão, ou seja o ato físico que vai trazer uma sensação de alívio momentâneo, mas acaba aumentando a sensação de insegurança pela impossibilidade de realizar completamente a compulsão. A obssessão é o pensamento negativo que se repete, a compulsão é o ato físico que devolveria a segurança para a pessoa.

Tratar este tipo de transtorno é sempre trabalhoso. Até alguns anos atrás o tratamento trazia poucos resultados, e as pessoas continuavam com as suas manias e personalidade. Hoje o tratamento é duplo, precisando a pessoa fazer um tratamento químico (medicamentoso) e psicoterápico ( terapia cognitiva) .A medicação é necessária para diminuir o grau da ansiedade e para aumentar o grau de energia psíquica para que a pessoa possa romper o círculo vicioso do pensamento obsessivo. E fazer a psicoterapia para se reeducar a ser menos intolerante em seus sentimentos mais profundos e diminuir o seu sentimento de culpa e a autoagressividade, com uma conduta reta, honesta e transparente.. ("se malandro soubesse como é bom ser honesto, seria honesto só por malandragem). Os resultados tem melhorado muito mas depende fundamentalmente da capacidade da pessoa mudar os sentimentos internos de forma verdadeira e sincera. Os remédios sozinhos acabam não resolvendo o problema.



http://www.ansiedade.com.br/



Cuide-se!

Bronye

domingo, 7 de março de 2010

Caminho do meio


Poema de Lao Tse






Poema # 28


Aquele que conhece sua masculinidade,
e mesmo assim mantém sua feminilidade,
torna-se ravina no mundo.
Por isso,a vida eterna não o abandona,
ele torna-se criança outra vez.

Aquele que conhece o branco
e ainda assima conserva o negro,
torna-se exemplo para o mundo.
Sua eterna virtude torna-se infalível,
ele retorna ao infinito.

Aquele que,ao conhecer a glória,
está consciente do ocaso,
torna-se o vale do mundo.
Sendo o vale do mundo,
sua eterna virtude é o bastante,
e ele volta ao estado de madeira virgem
que será cortada e usada em instrumentos.


Sábios que utilizam essas ferramentas
tornam-se senhores dos servos.
O Senhor supremo usa a madeira sem cortá-la.

Cuide-se!
Bronye

sexta-feira, 5 de março de 2010

Comer compulsivo

cont.



Características
- Episódios de ingestão exagerada de alimentos

- Comer mesmo sem ter fome

- Dietas frequentes

- Sensação de incapacidade de parar de comer voluntariamente

- Flutuação do peso

- Humor deprimido

- Comer em segredo por sentimento de vergonha e culpa.

- Obesidade

- Baixa auto-estima

- Comer para lidar com problemas emocionais



Complicações Médicas
- Pressão alta

- Aumento do colesterol

- Diabete

- Complicações cardíacas



Causas
As causas deste transtorno são desconhecidas. Em torno de 50% das pessoas têm uma história de depressão. Se a depressão é causa ou efeito do transtorno, ainda não está bem claro. Muitas pessoas relatam que a raiva, a tristeza, o tédio, a ansiedade e outros sentimentos negativos podem desencadear os episódios de comilança. Embora ainda não esteja claro o papel das dietas nestes quadros, sabe-se que, em muitos casos, os regimes excessivamente restritivos podem piorar ou desencadear o transtorno.



Como se trata?
O transtorno do comer compulsivo desenvolve-se a partir da interação de diversos fatores predisponentes biológicos, familiares, sócio-culturais e individuais. O seu tratamento exige uma abordagem multidisciplinar que inclui um psiquiatra, um endocrinologista, uma nutricionista e um psicólogo. O objetivo do tratamento é o controle dos episódios de comer compulsivo através de técnicas cognitivo-comportamentais e de um acompanhamento nutricional para restabelecer um hábito alimentar mais saudável.A psicoterapia cognitiva-comportamental pode ajudar o paciente a lidar com questões emocionais subjacentes. O acompanhamento clínico faz-se necessário pelos riscos clínicos da obesidade. As medicações antidepressivas têm se mostrado eficazes para diminuir os episódios de compulsão alimentar e os sintomas depressivos.



Fonte: http://www.psicobesidade.com.br/



Cuide-se!

Bronye

terça-feira, 2 de março de 2010

Transtorno do comer compulsivo -TCC

É também conhecido como Compulsão Alimentar Periódica (CAP).
Quem sofre do TCC apresenta ataques bulímicos, que são caracterizados por um grande consumo de alimentos (muito mais do que a pessoa comeria regularmente) em pouco tempo. Porém, a pessoa não apresenta os comportamentos compensatórios inadequados característicos da Bulimia Nervosa (como o uso regular de vômito ou abuso de exercícios, laxantes e diuréticos), apesar do grande desconforto gerado pelas crises de compulsão (crises bulímicas). Geralmente, por vergonha, as pessoas procuram esconder os ataques mantendo um comportamento alimentar controlado em público. Durante os ataques, também privilegiam alimentos evitados quando em dieta, experimentam diminuição do controle sobre o comportamento alimentar e, mesmo sem fome, só param de comer quando se sentem desconfortavelmente “empanturrados”.
Essa crise se caracteriza pelo consumo, em um período limitado de tempo, (p. ex., mais ou menos 2 horas) de uma quantidade de alimentos muito maior do que a maioria das pessoas consumiria durante um período similar e sob circunstâncias similares.
Ocorre um sentimento de falta de controle sobre o comportamento alimentar durante o episódio (p. ex., um sentimento de incapacidade de parar de comer ou de controlar o tipo e a quantidade de alimento).
A auto-imagem é indevidamente influenciada pela forma e pelo peso do corpo. Mesmo que, em alguns casos, a pessoa não seja obesa, o fato de haver esse descontrole faz com que a pessoa acabe por abalar sua auto-estima, ou seja, acabe por achar-se gorda ou feia.Um sofrimento acentuado inclui sentimentos desagradáveis durante e após as crises, bem como preocupações acerca do efeito a longo prazo das repetidas crises sobre o peso e a forma do corpo.Às vezes, as crises são ativadas por um humor disfórico, tal como depressão e ansiedade. Outras vezes, as pessoas são incapazes de identificar algo que inicie a crise, mas podem relatar um sentimento de tensão, que é aliviado pela hiperfagia (grande consumo de alimentos).
A maioria das pessoas que apresentam o TCC tem um histórico de repetidas tentativas de fazer dietas e sentem-se desesperadas acerca da sua dificuldade de controle da ingestão de alimentos.Atualmente, a Terapia Cognitivo-Comportamental tem se mostrado como uma das modalidades psicoterápicas mais eficazes no tratamento do Transtorno do Comer Compulsivo. O tratamento baseia-se na utilização de técnicas cognitivas e comportamentais, dentre as quais estão a técnica da distração, o relaxamento, a elaboração de estratégias para enfrentamento das crises, o emprego de vantagens e desvantagens, o monitoramento e o uso de registro de pensamentos disfuncionais.

Autor/ FonteVanessa Janiaque BeckFormanda em Psicologia - UNISINOS
vanessa.psico@terra.com.br /
Site médico

Cuide-se!
Bronye