quarta-feira, 23 de maio de 2012

Síndrome do ovário policístico X hipertensão arterial

 Pele oleosa,dificuldades para engravidar e quilos a mais na balança,afetam pelo menos 10% das mulheres.Esse é o número  estimado de portadoras de SOP,ou síndrome do ovário policístico.

O excesso de peso que às vezes acomete quem tem SOP tem tido estudo com afinco e  especialistas investem em pesquisas para desvendar o que  está por trás da relação entre os dois distúrbios.Uma das hipóteses é da resistência à insulina,quando esse hormônio não consegue botar o acúcar dentro das células.
 Essa resistência  é conhecida como uma causa do diabete tipo 2,e nas mulheres a disfunção pode explicar a síndrome do ovário policístico.

"Durante a puberdade, o organismo passa a secretar mais hormônio do crescimento. E ele é um antagônico da insulina, criando uma reação de resistência", explica Ricardo Meirelles, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Esse fenômeno costuma durar até o fim da puberdade, mas nem sempre é assim.

Por razões não esclarecidas,algumas mulheres adultas continuam com a resistência à insulina ,e a glândula não resiste à ação do hormônio,e todo excedente entra sem dificuldades no ovário e desregula o seu funcionamento.Essa combinação explosiva ajuda a explicar a relação  entre SOP e hipertensão arterial.



 Pesquisadores da Unidade de Endocrinologia Ginecológica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, investigam pela primeira vez um dos genes da aromatase, a enzima que transforma os andrógenos — hormônios masculinos que também existem no corpo da mulher — em estrógenos, que, entre outras funções, controlam o ciclo menstrual. A pesquisa revela que nas portadoras da SOP com pressão alta o tal gene é muito mais ativo. Parece complexo, mas essa pode ser a chave para entender esse elo surpreendente.


Tratamento 

Mesmo que a refém da síndrome não seja hipertensa, é importante ficar de olho. Não basta se submeter ao ultrassom, que é utilizado pelos ginecologistas para monitorar o desenvolvimento dos cistos. "É preciso também fazer exames clínicos periodicamente com outros especialistas, como o cardiologista", recomenda Priscilla Cukier, endocrinologista do Hospital Santa Catarina, em São Paulo. Nessa lista, entram testes para avaliar os níveis de glicose e colesterol no sangue. "Nas adolescentes, usamos medidas preventivas, como alimentação equilibrada e exercícios físicos. Para as adultas, indicamos remédios que controlam a ação da insulina", explica César Eduardo Fernandes. Assim, a pressão e os ovários entram nos eixos.

Hormônios versus pressão
Por trás da síndrome do ovário policístico, muitas vezes está a resistência à insulina. Por causa dela, os níveis de glicose vão às alturas e até os próprios ovários são prejudicados.


 1) A formação da resistina
Em quem apresenta a resistência à insulina, os adipócitos, as células de gordura, fabricam espontaneamente uma substância chamada resistina, que gruda ao redor de outras células, impedindo a entrada da insulina. Quanto mais tecido adiposo, mais resistina é produzida.


2) O que acontece com a glicose
A insulina é produzida normalmente pelo pâncreas. No entanto, devido à barreira criada pela resistina, esse hormônio não consegue botar a glicose para dentro das células. Daí, o açúcar passa a se acumular na corrente sanguínea.
 

 3) Pâncreas a mil
Diante de tamanha enxurrada de açúcar no sangue, o pâncreas entende que não está dando conta do recado. Por isso, começa a secretar doses cavalares de insulina. E o excesso de glicose que fica dando sopa na circulação vai parar no tecido adiposo.


4) Unsulina no ovário
Diferentemente dos demais tecidos, no ovário a insulina entra sem resistência. Como o pâncreas aumentou sua fabricação, uma alta dosagem do hormônio adentra a glândula.

5) crise hormonal

O excesso de insulina deixa o ovário alterado. Ele passa a produzir mais andrógenos, hormônios masculinos, do que estrógenos, hormônios femininos. 


 6)Cistos
A falta de estrógeno é um problema. Como o ovário continua recebendo FSH e LH — dois hormônios que estimulam a liberação do óvulo —, surgem os cistos porque não há hormônio feminino suficiente para regular o processo.


7) Aumento de gordura
Já a glicose em demasia financia a expansão do tecido adiposo. Ele, por sua vez, libera substâncias inflamatórias nas artérias, como o fator de necrose tumoral, o TNF-alfa.


8) Inflamação nas artérias
A insulina que sobrou no sangue entra em conflito com a tal TNF-alfa. Começa, então, um processo inflamatório que derruba os níveis de óxido nítrico, molécula responsável pela elasticidade arterial.


9) Aumenta a pressão
Menos elástica, a artéria enrijece e, para completar, o acúmulo de glicose forma uma placa de gordura. Aos poucos, há cada vez menos espaço para o sangue passar. Ele empurra as paredes dos vasos com força: sobe a pressão.


Os sintomas


A menstruação é uma das grandes delatoras da SOP: ela não acontece ou fica bem desregulada. Além disso, os problemas causados pelo excesso de andrógenos, como acne, pele muito oleosa, pelos faciais e calvície, denunciam a síndrome. Outro fator é o ganho acelerado de peso.

Outros males da SOP


O mais sério deles é a infertilidade: 75% das portadoras da SOP não conseguem engravidar sem tratamento. Isso por causa da dificuldade do corpo de produzir estrógenos. A resistência à insulina também favorece o aparecimento do diabete tipo 2 e de problemas cardiovasculares como o derrame. Sem contar a obesidade.


Fonte:Revista Saúde.

Cuide-se!
Bronye 

terça-feira, 1 de maio de 2012

Câncer ocupacional-Um alerta!

Alerta aos trabalhadores01/05/2012 | 06h33

Saiba quais profissões estão mais propensas a desenvolver câncer

Inca estima que 20 mil casos de câncer ocupacional serão registrados no país este ano


Saiba quais profissões estão mais propensas a desenvolver câncer Vani Boza/Agencia RBS
Cabeleireiros estão entre os mais propensos pela exposição a tinturas e produtos químicos Foto: Vani Boza / Agencia RBS
 
Profissionais de áreas como beleza, aviação, química e farmácia estão entre os mais propensos a desenvolver determinados tipos de câncer, conforme levantamento divulgado nessa segunda-feira pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca). De acordo com o instituto, dos 500 mil novos casos de câncer estimados para o ano, 20 mil estarão relacionados à ocupação.

A responsável pela Área de Vigilância do Câncer Relacionado ao Trabalho e ao Ambiente do Inca, Ubirani Otero, aponta que a dificuldade de se estabelecer uma relação entre o ambiente profissional e a doença faz com que o câncer ocupacional seja subdimensionado.

— É importante que os profissionais da saúde questionem aos doentes diagnosticados com câncer qual foi a rotina laboral que exerceram por mais tempo em suas vidas. Só assim será possível identificar e registrar os casos de câncer relacionados ao trabalho no Sistema Nacional de Agravos do Ministério da Saúde (Sinan) — diz a epidemiologista.

O Ministério da Saúde identificou uma carência de informações que permitam encontrar os fatores de risco de câncer relacionados ao trabalho, bem como as possibilidades de se estabelecer um sistema de vigilância do câncer dos trabalhadores expostos e dos agentes cancerígenos. Os benefícios de auxílio-doença por câncer (acidentário e previdenciário) concedidos pela Previdência Social em 2009 foram 113.801, e apenas 0,66% foram registrados como tendo relação ocupacional.

Para suprir essa demanda, o Inca publicou as Diretrizes de Vigilância do Câncer Relacionado ao Trabalho. O documento relaciona 19 tipos de câncer ao ambiente profissional e aponta 112 substâncias cancerígenas a que os trabalhadores são expostos em sua atividade.

Os principais grupos de agentes cancerígenos relacionados ao trabalho incluem metais pesados, agrotóxicos, solventes orgânicos, formaldeído e poeiras (amianto e sílica). A via de absorção — respiratória, oral ou cutânea —, a duração e a frequência da exposição aos agentes nocivos influenciam na toxidade, mas não são fundamentais para o desencadeamento da doença, pois não há níveis seguros de exposição a agentes cancerígenos, conforme a epidemiologista Ubirani.

A prioridade da prevenção é a remoção da substância cancerígena da rotina de trabalho desses profissionais. Enquanto isso não acontece, a recomendação é eliminar gradativamente o uso desses agentes, restringir o contato com cancerígenos a determinadas atividades, adotar níveis mínimos de exposição, além de reduzir a jornada de trabalho diário.

Ocupações mais propensas ao câncer laboral

:: Cavidade oral, faringe e laringe

Agentes — agrotóxicos, asbesto (amianto), formaldeído, fuligem de carvão, óleo de corte, poeiras de madeira, couro, cimento, cereais, tecidos, sílica e solventes orgânicos.
Ocupações — açougueiro, barbeiro, cabeleireiro, carpinteiro, encanador, instalador de carpete, mecânico de automóvel, mineiro, moldador e modelador de vidro, oleiro e pintor.

:: Mama
Agentes — agrotóxicos, benzeno, campos eletromagnéticos de baixa frequência, campos magnéticos, compostos orgânicos voláteis, hormônios e dioxinas.
Ocupações — cabeleireiro, operador de rádio e telefone, enfermeiro e auxiliar de enfermagem, comissário de bordo e trabalho noturno.

:: Pulmão
Agentes — antineoplásicos, asbesto, arsênico, asfalto, ácido inorgânico forte, acrinonitrila, berílio e compostos, cádmio, chumbo, emissão de forno de coque e de gases combustíveis, fuligem, gases amônia, óxido de nitrogênio, dióxido de cloro e enxofre, inseticidas não arsenicais, manganês, níquel, sílica livre cristalina, poeiras de carvão, madeira, rocha/quartzo e de cimento, radônio, urânio e radiação ionizante.
Ocupações — bombeiro hidráulico, encanador, eletricista, mecânico de automóvel, mineiro, pintor, soldador, trabalho com isolamento, trabalho em navios e docas, trabalho na conservação do couro, trabalho na limpeza e manutenção e soprador de vidro.

:: Estômago e esôfago
Agentes — poeiras da construção civil, de carvão e de metal, vapores de combustíveis fósseis, óleo mineral, herbicidas e ácido sulfúrico.
Ocupações — engenheiros eletricista e mecânico, trabalhadores da extração de petróleo, motoristas.

:: Bexiga
Agentes — aminas aromáticas, benzeno, benzidina, cromo, fumo e poeira de metais, agrotóxicos, hidrocarboneto policlínico aromático, óleos e petróleo.
Ocupações — cabeleireiro, maquinista, mineiro, metalúrgico, motorista de caminhão, pintor, trabalhador de ferrovia, trabalhador em forno de coque e tecelão.

:: Leucemia e mielodisplasias
Agentes — acrinonitrila, aminas aromáticas, agrotóxicos, antineoplásicos, benzeno, butadileno, compostos halogenados, óxido de metais, radiação, solventes e tricloroetileno.
Ocupações — trabalhadores do setor elétrico e da cadeia de petróleo.

:: Pele não melanoma
Agentes — arsênico, alcatrão, creosoto, fuligem, hidrocarbonetos policíclicos, luz solar, óleo mineral, radiação ultravioleta e ionizante.
Ocupações — agentes de saúde, carteiro, pedreiro, pescador, salva-vidas, guarda de trânsito, trabalhador rural e vendedor.

:: Pele melanoma
Agentes — campo eletromagnético, radiação ultravioleta e sol.
Ocupações — carteiro, farmacêutico, instalador de telefone, mineiro, químico, operador de telefone, piloto de avião e serralheiro elétrico.

Cuide-se!
Bronye