sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

MENSTRUAR OU NÃO MENSTRUAR?

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Menstruar ou não menstruar?

Menstruar ou não menstruar? Eis a questão que não sai da cabeça de muitas mulheres. As dúvidas são muitas. Para esclarecer sobre este assunto, a ginecologista Melissa Abelha responde a cinco perguntas. Saiba mais!



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A vida das mulheres está cada vez mais agitada. Além de se transformar em mil para conseguir dar conta das tarefas de casa e do trabalho, ela precisa ter alguns cuidados bem femininos, como se lembrar do dia de sua menstruação. Mas, alguns especialistas vem defendo a tese de que menstruar pode ser uma opção e não uma regra na vida delas. Para saber mais sobre o assunto, confira uma entrevista exclusiva com a Dra. Melissa Abelha - ginecologista do Hospital Anchieta.

1- Afinal, a mulher pode ficar sem menstruar?

Hoje em dia, existem no mercado vários métodos contraceptivos que levam a tal benefício. Estes medicamentos são indicados no tratamento de algumas patologias, como sangramento uterino disfuncional, no caso de cólicas menstruais mais intensas e endometriose. Mas, o que está em questão é a amenorréia (ausência de menstruação) como decisão da mulher atual, que trabalha, estuda, toma conta de casa e que tem a menstruação como um incômodo mensal. Nesse caso, ela pode, sim, optar pelo uso do contraceptivo contínuo.

2 - Isso influencia em uma futura gravidez?

Depende da escolha do método para parar de menstruar. Alguns anticoncepcionais de depósito, como determinada injeção usada trimestralmente para entrar em amenorreia, causa uma irregularidade hormonal que pode levar de seis meses a um ano para voltar à normalidade.

Se a paciente tiver optado por fazer outro tratamento para parar de menstruar, como a ablação endometrial - um tipo de cirurgia minimamente invasiva que cauteriza o tecido uterino responsável pela menstruação - dificilmente irá conseguir engravidar novamente. Porém, se estivermos falando do uso contínuo de um anticoncepcional oral ou do dispositivo intrauterino que leva à amenorréia, assim que for suspenso o uso, o organismo retorna à sua função ovulatória fisiológica, não afetando o futuro reprodutivo da mulher.

3 - Quais as consequências para o dia a dia da mulher? E em longo prazo?

Ficar sem menstruar traz uma liberdade muito maior para o dia a dia da mulher, assim como se programar para determinada viagem, ou mesmo a lua de mel, sem correr o risco de estar sangrando em um momento indesejado. Em longo prazo, não há diferença entre as consequências do uso de um contraceptivo com intervalo para menstruar ou não.

4 - A mulher pode optar por qualquer tipo de anticoncepcional ou um é mais indicado do que o outro para uso contínuo?

Toda medicação deve ser individualizada. Apesar dos anticoncepcionais serem vendidos sem receita médica, isso não faz dele um tratamento diferente dos demais. Há hormônios que melhoram a pele, que têm maior ou menor alteração da libido, os que deveriam ser utilizados preferencialmente por mulheres que já tiveram filhos, outros especiais para mulheres de determinadas idades ou acometidas por algumas patologias como, por exemplo, enxaqueca.

5 - Para alguns especialistas, o excesso de hormônio pode acarretar diversos problemas à saúde, até mesmo, a evolução de um câncer. Esta informação é verdadeira?

Se estivermos falando de contraceptivos hormonais que levam à ausência da menstruação a resposta é que não há diferença entre os de uso contínuo ou sequenciais.

Existe um tipo de hormônio que, se usado continuamente até depois dos 35 anos, pode estar relacionado com a osteoporose da terceira idade. Quanto ao câncer - aqui não estamos discutindo terapia hormonal após a menopausa - há alguns estudos que tentam provar que há uma maior probabilidade de infecção por HPV - o vírus causador do câncer de colo do útero - em pacientes usuárias de contracepção hormonal e, consequentemente, o que estaria aumentando a chance de um câncer de colo futuro. Mas, outros estudos mostram determinada proteção contra o câncer de ovário por usuárias de contraceptivos hormonais.

Há ainda as pacientes que têm determinada disfunção hormonal que, apesar de não usarem nenhuma medicação para tal fim, ficam longos períodos sem menstruar. Nesse caso, essas mulheres têm uma maior chance de desenvolverem câncer de endométrio e ficam protegidas quando usam os anticoncepcionais, sendo eles cíclicos ou contínuos. Porque o problema não é ficar sem menstruar quando se está usando um determinado hormônio para esse fim e, sim, as pacientes que menstruam apenas ocasionalmente ou irregularmente e que não se importam com isso, deixando de pesquisar as causas e tratá-las sem saber das possíveis consequências.

Fonte:


Cuide-se!

Bronye

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