UOL..09/07/13
Um neurocientista italiano causou polêmica na comunidade científica mundial ao publicar, na mais recente edição do jornal Surgical Neurology International, a afirmação de que em breve a medicina será capaz de realizar um transplante de cabeça entre seres humanos.
De acordo com Sergio Canavero, diretor do Grupo de Neuromodulação
Avançada de Turim, na Itália, o procedimento está próximo de se tornar
realidade. "O maior desafio num procedimento do gênero é a reconexão da
cabeça doada à coluna cervical do receptor. Mas há de ser reconhecido o
fato de que a tecnologia necessária para tal ligação já existe", afirma o
médico no texto.
Segundo a descrição do projeto, reconectar uma nova cabeça a um corpo
seria um procedimento trabalhoso e custoso, durando 36 horas e custando
cerca de US$ 13 milhões. Entre os pacientes que se beneficiariam de um
transplante de cabeça estariam portadores de distrofia muscular e
tetraplegia, por exemplo.
Em 1970, uma cirurgia similar foi feita em um macaco, mas na época não
existia a tecnologia necessária para reconectar a medula espinhal à
cabeça, e esta linha de pesquisa foi abandonada. Agora, no trabalho, é
descrita pela primeira vez o esboço para a troca cefálica total de um
homem.
No documento publicado pelo doutor Canavero, é destacada a necessidade
de um corte preciso da cabeça e do uso de substâncias adesivas
especiais, à base, por exemplo, de polietileno glicol (PEG).
Entretanto, o procedimento é desacreditado por parte da comunidade
científica. O neurologista americano Jerry Silver, da Case Western
Reserve University, de Ohio, questionou sua viabilidade em entrevista à
rede de TV norte-americana CBS.
"É uma fantasia pensar que alguém poderia usar substâncias adesivas em
uma lesão tão traumática em um mamífero adulto. Decepar uma cabeça e
transplantá-la para outro corpo é, na minha opinião, por si só total
fantasia... Isso é má ciência e nunca deveria ser permitida", disse.
Ciência UOL
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