terça-feira, 1 de dezembro de 2009

As frutas da Amazônia que previnem doenças

parte 2

Segundo a professora Delia Rodriguez- Amaya, da FEA-Unicamp, tida como uma das maiores especialistas em carotenóides no mundo, tanto o clima quente como a diversidade de frutas e folhas selvagens e semicultivadas fazem do solo brasileiro o maior celeiro desses pigmentos de alto valor para a saúde. E acrescenta: Enquanto em muitos países o tomate é a única fonte de licopeno, o Brasil pode se vangloriar de contar com o mamão, a goiaba vermelha e a pitanga.

Sorte nossa. Os carotenóides estão na lista dos compostos bioativos considerados funcionais, aqueles capazes de prevenir doenças. Apesar de uma centena de pigmentos colorirem frutas, legumes e hortaliças, até agora apenas seis foram alvo de estudos. O licopeno, por exemplo, se destaca pela sua ação comprovada contra o câncer, especialmente os de pulmão, esôfago e próstata, lembra a nutricionista Jocelem Salgado, presidente da Sociedade Brasileira de Alimentos Funcionais (SBAF). E, em matéria de proteger as nossas células, chega a ser dez vezes mais eficaz do que o betacaroteno. Um recente estudo para tese de doutorado na Faculdade de Saúde Pública da USP, de autoria da nutricionista Luciana Yuki Tomita, enaltece ainda mais o festejado pigmento vermelho, ao sugerir que, graças a ele, consegue-se reduzir em até 50% as chances de as lesões causadas pelo HPV evoluírem para o câncer de colo de útero. É que o licopeno parece diminuir o tempo de permanência do vírus no corpo, explica a pesquisadora.
A engenharia genética também mira esses compostos. Há algum tempo, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa, busca dar colorido alaranjado à pálida bananananica, que n ão foi a graciada com nenhum tipo de carotenóide e, portanto, passa longe da vitamina A. Para isso, está mapeando o material genético de vegetais cheios de carotenóides com o objetivo de, um dia, introduzir seus genes no fruto da bananeira. Se isso for bem-sucedido, certamente abrirá caminho para o enriquecimento de outros alimentos, opina a bióloga molecular Damares de Castro Monte, responsável pelo projeto.
Por enquanto, além da Amazônia, só alguns estados do Nordeste cultivam frutas que podem ser consideradas verdadeiros poços de carotenóides. Agora, é esperar que seu tremendo valor nutritivo se torne conhecido no resto do país para que deixem de ser c lassificadas como espécies meramente exóticas.

Fonte :Revista Saúde

Cuide-se!
Bronye

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